domingo, 18 de setembro de 2011

Cantando sobre os ossos - Clarissa Pinkola Estés

Ao ler a introdução de 'Mulheres que correm com lobos' da psicóloga junguiana e contadora de histórias Clarissa Pinkola Estés que nos apresenta neste livro, resultado de 20 anos de pesquisa sobre a psique feminina, e do arquétipo da mulher selvagem que busca o conhecimento da alma no seu mais puro estado que lemos nos contos de fadas e nos mitos, penso no lugar que escolhemos ocupar dentro da nossa pobre cultura ocidental que nos consome e é consumida por nós. Onde estará a nossa Mulher Selvagem, intuitiva, protetora, valente...? É óbvio que a autora não agradará a gregos e romanos, mas parece-me interessante o que ela diz, mesmo que controverso para alguns.
É dessa Mulher Selvagem que Clarissa nos fala:
"A natureza selvagem não exige que a mulher tenha uma cor determinada, uma instrução determinada, estilo de vida ou classe econômica determinados. Na realidade, ela não consegue vicejar na atmosfera imposta do 'politicamente correto', ou quando é forçada a se amoldar a velhos paradigmas obsoletos. Ela viceja em visões novas e integridade individual. Ela viceja com sua própria natureza.
(...)
Para encontrar a Mulher Selvagem é necessário que as mulheres se voltem para suas vidas instintivas, sua sabedoria mais profunda. Portanto, vamos nos apressar agora e trazer nossas lembranças de volta ao espírito da Mulher Selvagem.
Vamos cantar sua carne de volta aos nossos ossos.
Despir quaisquer mantos falsos que tenhamos recebido.
Assumir o manto verdadeiro do poder do conhecimento e do instinto.
Invadir os terrenos psíquicos que nos pertenceram um dia.
Desfraldar as faixas, preparar a cura.
Voltemos agora, mulheres selvagens, a uivar, rir e cantar para Aquela que nos ama tanto.
Para nós, a questão é simples: sem nós, a Mulher Selvagem morre; sem a Mulher Selvagem, nós morremos.
Para a verdadeira vida, ambas têm de existir".

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