sábado, 11 de dezembro de 2010

EST'ÉTICA DA PSICANÁLISE

E ele disse:
"Estamos aproveitando este momento de comemoração do velho Freud (vocês sabem que insisto em reclamar o retorno de Freud, depois que Lacan tentou um retorno à Freud. Falo 'retorno de Freud' como se fala retorno do recalcado.
...re-ludir Freud. Tornar a brincar com os brinquedos do Freud, tão recalcados, tadinho, em tão pouco tempo), neste ano em que estou tentando essa faxina - como já disse num Seminário mais antigo, sou faxineiro, profissionalmente - tentando fazer uma limpeza do que é legado a nós por essa figura, e insistir o tempo todo na especificidade dessa prática, desse bem-dizer que Freud conseguiu. Precisamos insistir veementemente nisso.
Se há uma coisa que os ditos analistas não fazem - e isto é óbvio na história da psicanálise é insistir em ser freudianos.
Os analistas são pessoas muito envergonhadas, porque não fizeram análise. Se fizessem, não estavam assim. São pessoas extremamente envergonhadas diante dos cientistas, porque "não somos uma ciência". Aipim não é batata-doce e não reclama.
Vivem pedindo arrego à todo tipo de discurso.
Envergonhados de existir e de impor diante da sociedade uma posição específica de quem pensa com Freud, e não com Jesus Cristinho, não com Seu Marx, não com Dona Mariazinha.
Pensar com Freud, isto se recusam a fazer e morrem de vergonha e de medo de afirmá-lo.
(...)
A psicanálise tem que fazer suas provas: se não serve para nada, ponha-se no lixo.
...mas são incapazes (se não incompetentes) de defender a psicanálise no que ela tem de particular diante dos outros discursos".

MD Magno - Seminário de 1989.

Celan...ainda

"A arte paga o seu preço, o ser humano
não paga nenhum.
Vós sois pela liberdade da arte,
do ser humano
falais apenas sob
este signo.
E afinal
existe em todos nós
o mesmo Deus, feio-belo,
e verdadeiro".

Mais Celan

"Com o vento pelas costas
morro e apago-me
na grande monção
é então que verdadeiramente vivo".

A morte é uma flor - Paul Celan