Quando fito o teu olhar
Duma tristeza fatal
Dum tão íntimo sonhar
Penso logo no luar
Bendito de Portugal!
O mesmo tom de tristeza
O mesmo vago sonhar
Que me traz a alma presa
Às festas da Natureza
E à doce luz desse olhar!
Se algum dia, por meu mal
A doce luz me faltar
Desse teu olhar ideal
Não se esqueça Portugal
De dizer ao seu luar
Que à noite, me vá depor
Na campa em que eu dormitar
Essa tristeza, essa dor
Essa amargura, esse amor
Que eu lia no teu olhar!
Florbela Espanca
quinta-feira, 7 de abril de 2011
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