terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Voltando

Retomo hoje o meu blog, depois de quase 2 meses ausente deste espaço.
Neste tempo, e espaço, dediquei-me a (re)leitura de alguns textos, alguns poéticos, outros nem tanto, e a alguns escritos.
Pretendo estar por aqui semanalmente, não mais que isso. Hoje quero mostrar-vos a poesia da minha amiga Gilda Telles que anda "poesiando" lá por Cunha. Eu diria 'borboletrando'.

Montanhas de Cunha

Montanhas verdes, redondas, silenciosas...
Imperiosas, absolutamente desconhecidas
Alheias, além, elas jazem lá, não cá
Não há como falar com elas, compreender seu estar
Nem pensar! Não se permite, e poucos tentam e
Logo se conformam com seu segredo...

Sempre o mistério da partida prematura,
Do rosto que se vira, da mão que se esquiva,
De novo. Da palavra atravessando o momento
Mistério seu, meu, nosso, do universo...

Os versos enrodilham meu coração ferido
Mais ou menos protegido ele foge da verdade,
Do adeus, do enigma, da saudade...
Aonde andará Carolina, minha filha amada?

Em que ponto do oceano inconsciente
Sua gota de consciência se integrou?
Sinto-a longe, mas próxima, como sempre.
Numa longa viagem, desafiante para ela e
Assustadoramente incompreensível para nós

Mas é quase como se eu visse, sem poder,
Sua essência se abrindo lentamente
Como uma semente, em direção à Luz
Da clareza que não temos. Nem podemos
Confio nela, confio na minha percepção,
Carolina, sábia menina, está lá e cá,
Assim como as montanhas de Cunha.

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